Certificações – O que são e para que servem?

Este é um assunto que, habitualmente, levanta algumas questões.

A certificação de uma tradução nada mais é do que a confirmação da identidade do tradutor. Ela não atesta a qualidade da tradução, apenas confirma que o tradutor é quem diz ser e assegura a validade legal da tradução do documento.

É um tipo de atestado que é muito requisitado, principalmente quando se trata de documentos legais: registos criminais, assentos de nascimento, assentos de casamento, entre outros. Tudo o que são processos legais requerem certificações, seja em processos de obtenção de nacionalidade, processos civis e judiciais, ou candidaturas a escolas e universidades.

A certificação permite o reconhecimento legal e faz com que o documento traduzido seja aceite pelas instâncias oficiais, tanto em Portugal como a nível internacional.

Em Portugal, a certificação das traduções é efetuada junto de Notários, Advogados, Solicitadores ou Consulados, sendo sempre necessários os originais dos documentos cuja tradução deverá ser certificada.

A minuta é composta de diversos dados essenciais para que o documento seja fiável:

Nome e n.º de identificação de ambos os envolvidos (o autor da tradução e quem atesta a sua identidade), combinação linguística em questão e, por vezes, tipo de documento e entidade emissora.

Após a entrega do documento original, a tradução é feita e é altura de fazer a certificação da tradução. A minuta, o documento original e a tradução são agrafados, resultando num novo documento devidamente assinado e carimbado. As diferentes partes que o compõem não podem ser separadas para outros fins.

Nalguns casos, nomeadamente quando os documentos originais não podem/devem ser violados, como cartas de condução, diplomas ou cartões de cidadão, é necessário fazer uma cópia certificada do documento original. Este procedimento tem de preceder a tradução e a respetiva certificação e é feito nos CTT, numa sociedade de Advogados, junto de Solicitadores ou num Cartório Notarial.

Há também situações em que é necessário levar a tradução certificada à Procuradoria Geral da República para que lhe seja colocada uma apostila de Haia. Ao contrário da certificação da tradução, que atesta a identidade do tradutor e, como tal, assegura a legalidade da tradução, a apostila é mais uma formalidade que assegura a fiabilidade de todo o processo, através da certificação da entidade que emitiu o documento. Pode consultar quais os países que fazem parte desta convenção aqui: https://www.hcch.net/pt/states/hcch-members.

Nalguns países estrangeiros, a certificação da tradução é feita pelo próprio tradutor, que tem de ser juramentado. Como esta figura jurídica não existe em Portugal, cá as certificações são feitas pelas entidades mencionadas acima.

De qualquer das formas, a melhor dica que lhe podemos dar é que se informe devidamente nos locais onde deve entregar o documento, para saber exatamente qual o documento que deve entregar e qual deverá ser o procedimento a adotar.

Esperamos que este artigo tenha sido uma boa ajuda na compreensão do processo de certificação das traduções. Ficou com alguma dúvida? Fale connosco!

O processo de Tradução em 6 passos

Se, para si, a tradução é a mera passagem de uma palavra, frase ou texto de uma língua para outra, talvez devesse ler este artigo. Para começar, podemos já dizer-lhe que não, o trabalho do tradutor não é só esse. A tradução não se faz em linha reta, é sim um conjunto de tarefas com duração e grau de complexidade distintos. A tradução é um processo e cada tradução, dependendo de uma série de variáveis, tem um nível de exigência diferente.

Naturalmente que cada profissional se organiza à sua maneira e faz o trabalho fluir da forma mais eficiente possível, mas estes são os passos que consideramos comuns a qualquer processo de tradução:

1. Análise do texto

Olhar para o texto, lê-lo do início ao fim, é das tarefas mais importantes no processo de tradução. Esta etapa permite identificar, naturalmente, a língua, mas também o tema do original, o cariz da tradução (se é técnica, se é jurídica, se é um texto de marketing, etc.), a pesquisa que será necessária e quais os recursos indicados para essa mesma pesquisa.

Nesta fase, o tradutor também poderá fazer uma previsão do tempo que conta despender em cada uma das tarefas, para que possa impor um prazo a si mesmo e fazer uma melhor gestão do tempo.

2. Pesquisa e tradução

Esta é a etapa mais exigente e que pressupõe uma passada mais acelerada. Pesquisar os termos, sejam eles da área jurídica, tecnológica, mecânica (entre outras), para que estes sejam precisos e exatos quando colocados no contexto da língua de chegada, é a tarefa que mais compromete a qualidade da tradução e a forma como esta vai ser recebida no destino.

3. Comparação entre original e tradução

Esta comparação é transversal a todo o processo de tradução, desde a pesquisa e tradução à revisão e formatação. O objetivo primeiro da tradução é a transposição, não violada, do conteúdo de um original para uma outra língua. Como tal, esta comparação constante entre o original e a tradução é imprescindível para que tenhamos um bom produto final.

4. Revisão

A última leitura do trabalho é essencial para que possamos retificar algum pormenor que tenha escapado. O ideal é fazê-lo com um intervalo de algumas horas, mas, caso haja limitações de prazo, reler imediatamente a seguir a terminar a tradução é uma alternativa. O importante é não saltar este passo.

5. Revisão feita por outro profissional

É já sabido que quatro olhos veem melhor do que dois, pelo que a revisão final deve ser feita por um profissional destacado apenas para essa função e que não tenha tido qualquer contacto com o trabalho durante a sua elaboração, para que possa preservar o olhar limpo e, assim, desempenhar de forma rigorosa a tarefa que lhe cabe.

6. DTP: Desktop Publishing ou Formatação

Esta etapa, que se prende com a preservação do aspeto geral do documento original, é relevante do ponto de vista da interpretação do documento como um bloco, que tem de manter tanto o conteúdo, como a forma, para que a sua compreensão seja absoluta.

Após a leitura deste artigo, já pode ter uma ideia mais clara de como se pode organizar o trabalho do tradutor. Caso esteja prestes a iniciar carreira no mundo da tradução ou a tenha iniciado há pouco tempo, pode acrescentar estas dicas a um manual de procedimentos para os seus primeiros trabalhos. Com a experiência, pode adaptá-lo da melhor forma ao seu ritmo e estilo de trabalho.

Caso, por outro lado, esteja interessado em contratar um profissional de tradução e a sua ideia de tradução fosse completamente diferente, tivesse dúvidas ou curiosidade sobre todo o processo, esperamos que este artigo o tenha esclarecido.

6 dicas para escolher uma agência de tradução

Na Era da Globalização em que vivemos, a capacidade de nos fazermos entender num outro local do mundo, de nos inserirmos numa outra realidade e de lidarmos com pessoas e entidades distintas é quase sempre determinante para o nosso sucesso e para o crescimento da nossa empresa.

Torna-se particularmente complicado escolher uma agência que possa ficar encarregue do nosso projeto, que derrube barreiras, mesmo quando falamos outra língua. Afinal, por vezes temos de entregar um documento original, que nos levou meses a conseguir, que custou dinheiro e que é precioso, ou temos de partilhar informações e até segredos, que nos deram tanto trabalho a produzir: uma tese de mestrado, um vídeo promocional ou um texto de marketing.

Seja qual for o caso, a avaliação e decisão entre profissionais do ramo linguístico é difícil. Há muita oferta no mercado, a página do Google enche-se de sugestões e nem sempre são claras as razões pelas quais se deve optar por uma ou outra agência ou até por outras soluções alternativas.

Para o ajudar na sua escolha, elaborámos 6 fatores diferenciadores a que deve dar prioridade quando estiver a escolher os profissionais para o acompanharem no seu projeto:

1. Acompanhamento:

Este é um ponto crucial na decisão. Se a agência procura atendê-lo de forma célere, mas completa, será, muito provavelmente, a escolha certa. É importante que este acompanhamento se estenda do pedido de orçamento à finalização do trabalho. Para além disso, para que possa decidir a quem deverá entregar o seu projeto, será de valorizar a preocupação da agência em entender exatamente aquilo que pretende.

Pessoa a falar ao telefone

2. Disponibilidade:

Há sempre alguém disponível para o atender, para o ajudar, para encontrar a melhor solução para as suas necessidades e para resolver algum problema que tenha surgido? Se sim, é sinal de que a empresa é de confiança e se preocupa com o cliente antes da adjudicação, durante o processo e depois da conclusão do trabalho.

3. Revisão:

A agência defende que o processo de tradução deve sempre incluir uma fase de revisão? Este é um bom indício de que o trabalho será executado de forma profissional e perfecionista.

Mãos a escrever em teclado

4. Conteúdos:

Leia os conteúdos do website da agência. Se tiver publicações, como, por exemplo, artigos num blog, melhor ainda! Aqui poderá ter um vislumbre do nível de qualidade de redação dos profissionais da agência que, naturalmente, se reverterá na qualidade dos seus trabalhos. Se a escrita for correta a nível ortográfico, de construção frásica e de fluidez do discurso, então, mais um ponto a favor dessa agência.

Coração ou "like" néon

5. Reconhecimento:

Há testemunhos positivos no website ou comentários agradáveis nas redes sociais da agência? Esse é um bom sinal. Se a agência colhe os elogios dos clientes, sejam eles grandes empresas ou particulares, é indicativo de trabalho bem executado e de uma conduta profissional.

6. Passa-palavra:

Alguém do seu núcleo de amigos ou familiares recorreu a algum serviço similar? A melhor recomendação é sempre aquela dada pelos que lhe são próximos, pelo que o melhor é pedir opinião a quem for da sua confiança.

Grupo de amigos a conversar e a rir

Naturalmente que não é obrigatório que a agência cumpra todos estes pré-requisitos, cada um deles é apenas um ponto a mais, uma segurança na tomada de decisão. Por exemplo, se a agência for de pequena dimensão, pode ser pouco conhecida e, por isso, não ser falada, o que não significa que seja uma má escolha. É importante pesar nos pratos da balança e avaliar caso a caso. Se, ainda assim, as dúvidas permanecerem, nada melhor do que contactar a agência e esclarecer todas as dúvidas.

Esperamos que, com a ajuda deste artigo, agora possa escolher de forma consciente, mais rápida e que todo o processo se torne também mais fácil.